Os números sugerem que poderíamos estar até caminhando para uma mini era do gelo, que iria até mesmo rivalizar a queda de temperatura que durou 70 anos e que permitiu que feiras fossem realizassem nas águas congeladas do rio Tâmisa no século 17.
Com base em leituras de mais de 30.000 estações de medição, os dados foram divulgados sem muito alarde na semana passada pelo Met Office e pela Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (esta última peça central do escândalo Climategate). O estudo confirma que a tendência de aumento das temperaturas mundiais acabou em
1997.
A pintura de Abraham Hondius, de 1684, retrata uma das muitas feiras no Rio Tâmisa congelado durante a mini era do gelo |
Enquanto isso, renomados cientistas climáticos disseram ontem
ao jornal The Mail on Sunday que, depois de emitir níveis anormalmente
elevados de energia ao longo do século 20, o sol está agora caminhando
para um "grande mínimo" de emissão de energia, podendo causar verões
frios, invernos rigorosos e um encurtamento das estação disponíveis para
cultivo de alimentos. A atividade solar passa por ciclos de 11 anos,
com elevado número de manchas solares observados em seu pico.
Estamos agora no que deveria ser o pico do que os cientistas chamam de "Ciclo 24" - motivo pelo qual a tempestade solar da semana passada
resultou em avistamentos da aurora boreal mais ao sul do que o
habitual. Mas a quantidade de de manchas solares é menor do que metade
das observadas durante os picos dos ciclos do século 20.
A análise feita por especialistas da NASA
e da Universidade de Arizona, derivada de medições de campo magnético a
120 mil milhas abaixo da superfície do sol, sugere que o ciclo 25, cujo
pico deve acontecer em 2022, será ainda mais fraco.
De acordo com um estudo divulgado na semana passada pelo Met Office,
há uma chance de 92 por cento que tanto o Ciclo 25 como os que
acontecetão nas décadas seguintes serão tão fracos quanto ou mais fraco
do que o "mínimo de Dalton", que ocorreu entre 1790 e 1830 . Neste
período,cujo nome foi em homenagem ao meteorologista John Dalton, as
temperaturas médias em partes da Europa caíram 2ºC.
No entanto, também é possível que a nova queda de energia solar possa ser tão profunda quanto o "mínimo de Maunder"
(em homenagem ao astrônomo Edward Maunder), que aconteceu entre 1645 e
1715 na parte mais fria da "Pequena Idade do Gelo", quando houve o
congelamento tanto do rio Tâmisa como também dos canais da Holanda.
Temperatura Média Global entre 1997-2012 |
No entanto, em seu estudo, o Met Office
(conhecido alardeador do Aquecimento Global Antropogênico) afirmou que
as conseqüências agora seriam negligenciáveis, porque o impacto do sol
sobre o clima é muito menor do que o de dióxido de carbono causado pelo
homem. Embora a energia do sol seja susceptível de redução até 2100, "Isso só causaria uma redução das temperaturas globais de 0,08ºC'". Peter Stott, um dos autores, disse que: "nossos
resultados sugerem que a redução da atividade solar para níveis não
vistos em centenas de anos seria insuficiente para compensar a
influência dominante de gases de efeito estufa."
Essas descobertas são ferozmente contestada por outros especialistas solares.
Essas descobertas são ferozmente contestada por outros especialistas solares.
"As temperaturas mundiais podem acabar sendo muito mais frias do que agora por 50 anos ou mais",
disse Henrik Svensmark, diretor do Centro Nacional para a Pesquisa do
Sol e do Clima do Instituto Espacial Nacional da Dinamarca. "Vai ser
necessário uma longa batalha para convencer alguns cientistas
climáticos de que o sol é importante. Pode ser que o sol demonstre isso
por conta própria, sem necessitar de ajuda."
Ele ressaltou que ao afirmar que
o efeito do mínimo solar seria pequeno, o Met Office estava confiando
nos mesmos modelos de computador que estão sendo minados pela atual
pausa no aquecimento global.
Ciclos de Atividade Solar entre 1749 e 2040 |
Os níveis de CO2 continuam a aumentar sem interrupção, e em 2007 o Met Office afirmou que o aquecimento global estava prestes a "voltar com tudo". O Met Office disse que entre 2004 e 2014 haveria um aumento global de 0,3ºC e em 2009 previu que pelo menos três anos entre 2009 a 2014 iriam bater o recorde de temperatura estabelecido anteriormente em 1998.
Até agora não há nenhum sinal de que nada disse aconteça. Mas ontem um porta-voz do Met Office insistiu que seus modelos ainda eram válidos. "A projeção de dez anos continua sendo cientificamente inovadora. O prazo para a projeção original ainda não acabou", disse ele.
Dr. Nicola Scafetta, da Universidade de Duke na Carolina do Norte, é o autor de vários artigos que discutem que os modelos climáticos do Met Office mostram que deveria ter havido um "aquecimento constante de 2000 até agora".
"Se as temperaturas continuarem a ficar estáveis ou começarem a esfriar novamente, a divergência entre os modelos e os dados gravados acabará por se tornar tão grande que toda a comunidade científica vai questionar as teorias atuais", disse ele.
Ele acredita que como o modelo do Met Office atribui uma importância muito maior para o CO2 do que para o sol, acabou concluindo que não haveria resfriamento. "A questão real é se o modelo em si é preciso", disse Dr Scafetta. Enquanto isso, uma das especialistas climáticos norte-americanos mais eminentes, a Professora Judith Curry do Georgia Institute of Technology, disse que a previsão confiante do Met Office de um impacto "insignificante" é difícil de entender.
"A coisa mais responsável a se fazer seria a de aceitar o fato de que os modelos podem ter graves deficiências no que se refere à influência do sol," disse a professora Curry. Em relação à pausa do aquecimento, ela disse que muitos cientistas "não estão surpresos".
400 anos de observações de manchas solares |
Ela argumentou que está se tornando evidente que outros fatores que não o CO2 desempenham um papel importante no aumento ou diminuição do calor, como os ciclos de 60 anos da temperatura da água nos oceanos Pacífico e Atlântico.
"Estes ciclos não têm sido insuficientemente apreciados em termos de clima global," disse Prof Curry. Quando ambos os oceanos eram frios no passado, como aconteceu de 1940 a 1970, o clima esfriou. O ciclo do Pacífico "mudou" para o modo frio em 2008 e também se espera que o do Atlântico provavelmente mude nos próximos anos.
Pal Brekke, conselheiro sênior do Centro Espacial Norueguês, disse que alguns cientistas acham a importância dos ciclos de água difícil de aceitar, porque isso significaria admitir que os oceanos, e não o CO2, causaram grande parte do aquecimento global entre 1970 e 1997.
O mesmo vale para o impacto do sol , que foi altamente ativo durante a maior parte do século 20.
"A natureza está prestes a realizar uma experiência muito interessante", disse ele. "Dez ou 15 anos a partir de agora, seremos capazes de determinar muito melhor se o aquecimento do final do século 20 realmente foi causado pelo CO2 do homem, ou pela variabilidade natural."
Enquanto isso, desde o final do ano passado, as temperaturas globais caíram mais de meio grau, quando o efeito do frio 'La Nina' ressurgiu no sul do Pacífico.
"Agora estamos bem na segunda década da pausa", disse Benny Peiser, diretor da Fundação de Políticas de Aquecimento Global. "Se nós não vermos evidências convincentes do aquecimento global até 2015, começará a ficar claro que os modelos são incorretos. E, se forem, as implicações para alguns cientistas poderá ser muito grave."
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Interessantemente esta é exatamente a opinião do nosso ilustre meteorologista Luiz Carlos Molion, professor de Climatologia e Mudanças Climáticas da Universidade Federal de Alagoas e pesquisador sênior do INPE.
Fonte: http://www.anovaordemmundial.com/2012/01/novo-estudo-mostra-que-o-aquecimento.html
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